O melhor acerto da Disney dos últimos tempos
E nesta última sexta-feira estreou mundialmente o tão aguardado filme live-action de uma das mais icônicas vilãs da Disney: Cruella DeVil.
Desde seu anunciamento, Cruella foi aguardado com grande expectativa - e receio também. Expectativa porque o filme parecia ser uma grande aposta com uma atmosfera um pouco diferente das demais obras live action da Disney. E receio porque os live action da Disney ultimamente tinham se mostrado não apenas capazes de dividir opiniões como se tornando decepcionantes para muitos. Ainda mais porque Cruella se tratava de um filme focada em contar uma suposta origem para a famosa vilã e as pessoas esperavam uma trajetória e uma personagem condizente com a obra original. Por isso havia um certo temor de que Cruella poderia ter sua vilania romantizada e alterada, como aconteceu com Malévola no filme do mesmo nome.
Os primeiros teasers e traillers lançados não entregaram o que realmente o filme (dirigido Craig Gillespie) mostrou, e isso é ótimo. A produção parece ser uma mistura original de Diabo Veste Prada, Coringa e A Morte lhe Cai Bem. Mas, embora ela beba dessas fontes, consegue se desenvolver por si só, criando uma identidade própria. A Cruella mesmo que, nas primeiras cenas e imagens divulgadas remetia a uma semelhança com a Arlequina nos filmes, mostra uma essência própria, que encaixa perfeitamente com o filme. Ela não é caricata, e sim marcante.
E graças a todo um conjunto de bom roteiro, ótimo elenco, excelente trilha sonora e figurino, e geniais referências sutis aos 101 Dálmatas, CRUELLA entra como uma das melhores produções da Disney dos últimos tempos e um dos melhores live-actions produzidos por ela. É como se a Disney finalmente tivesse acertado na medida de adaptação e originalidade de uma obra (e personagem) já existente.
A trilha sonora é excelente e combina totalmente com a atmosfera Londrina da época em que se passa a trama. Durante todo o filme, somos brindados com clássicos do rock e do punk dos anos 70/80.
Mas, sem dúvidas, um dos maiores (senão maior) ponto de destaque desse filme é o figurino. No mínimo, deve concorrer ao Oscar nesta categoria. A estética e os trajes são o suficiente para fazer qualquer entusiasta, entendido e apreciador de moda pirar. Cruella é uma personagem glamourosa, cujas roupas e estética são seu ponto mais marcante e a força que a impulsiona a agir. E, como uma estilista excêntrica e inovadora em uma Londres no auge da moda, obviamente que o filme precisava trazer visuais impactantes e icônicos.
Emma Stone está maravilhosa no papel. Linda e carismática, ela consegue trazer uma jovem Cruella: ousada, orgulhosa e agressiva, com um ar de deboche gostoso de se ver nos seus momentos de auge. Ela é a alma do filme e cria uma personagem humana sem perder a excentricidade.
E sobre os dálmatas...alinda que a participação deles seja bem limitada, eles estão lá e possuem um papel crucial. Aliás, as sutis referências a 101 Dálmatas (o desenho clássico) são colocadas no momento certo ás vezes como algo puramente visual, outras com um comentário quase imperceptível e outras como uma agradável surpresa (foco para as cenas pós créditos, não perca!).
A Cruella de Glen Close é a Cruella Devil original, da obra 101 Dálmatas e ela traz a excentricidade louca da estilista obcecada por peles de animais. Icônica e atemporal.
A Cruella de Emma Stone é uma Cruella dos dias de hoje, de uma releitura original mas com a essência da personagem, com sua ambição em se consagrar no mundo da moda.
E vale lembrar que a Cruella na versão de Glen Close é homenageada no filme em um momento de ápice do filme, onde há muitas "Cruellas" usando perucas semelhantes a uma das usadas por Glen.
Após várias super produções Disney dos últimos anos que acabaram ficando muito abaixo do esperado, Cruella é uma guinada certa do estúdio com todos os atributos para agradar o público e ser aclamado pela crítica.
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