10/02/2021

Cidade Invisível - crítica

 



Série brasileira que aborda entidades do folclore nacional de uma forma atual e criativa se revela uma  das premissas mais agradáveis e satisfatórias.



Cidade Invisível estreou dia 05 de fevereiro na Netflix e na mesma semana se tornou um assunto muito comentado nas redes sociais. A estréia da série policial era aguardada com certa expectativa desde seu anúncio e primeiro trailler, pois se tratava de uma temática que até então nenhuma grande produção brasileira havia feito.


Criada por Carlos Saldanha, com roteiro de Raphael Draccon e Carolina Munhóz, o suspense policial conta com um ótimo elenco, com destaque para Marco Pigossi, Fábio Lagos e Alessandra Negrini. A primeira temporada conta com 7 episódios com cerca de 30 minutos cada. Filmada em locações do Rio de Janeiro e São Paulo, a série já está no Top 10 de mais acessadas da plataforma.

O principal ponto é ela ser uma obra de mistério policial com um toque de sobrenatural. Até aí não é novidade, temos muitas séries desse tipo (como a famosa Supernatural) a diferença é que ela aborda (em novas roupagens mas mantendo a essência original) das entidades do nosso folclore. 
Desde o anúncio de sua produção, Cidade Invisível foi recebida com interesse e expectativa por parte do público afinal, pela primeira vez estamos vendo uma produção que homenageia nossa rica mitologia através de uma abordagem mais adulta. 




É muito bom ver as produções nacionais saindo um pouco daquele padrão de séries de favelas, tráfico e violência e focando em produções de enredos e temáticas diferenciados. Não que esse tipo de temática seja ruim, pelo contrário, mas o Brasil ficou tão marcado por tais produções que era hora de inovar e mostrar que há muito mais para ser trabalhado em séries do que isso.

Meses atrás a Globo lançou Desalma após uma grande divulgação que levava a crer ser uma obra grandiosa mas, na qual, quando foi lançada, acabou se revelando - a despeito da produção primorosa e belíssima fotografia - uma trama de mistério um pouco entediante e previsível além de possuir uma atmosfera tão européia que nem parecia se tratar de uma história que se passasse no sul do Brasil. Já Cidade Invisível teve uma campanha de divulgação mais modesta, porém entregou um resultado plenamente satisfatório.

Na trama, o detetive Eric, após a morte da esposa em circunstâncias misteriosas durante um incêndio na floresta, começa a investigar estranhos acontecimentos (como um boto cor-de-rosa encontrado morto na praia) e aos poucos vai descobrindo que há entidades míticas vivendo e agindo em meio aos humanos. E que elas estão ligadas a acontecimentos de sua vida muito mais do que ele pode imaginar.
O enredo parece simples e até um pouco clichê, mas ele se encaixa muito bem na história e faz com que ela se desenrole em uma sucessão de acontecimentos interligados de formas intrigantes.





A história prende o espectador do começo ao fim e com seus episódios relativamente curtos e com um ritmo agradável, ela se torna fácil de assistir, juntamente com o carisma de seus personagens e a curiosidade que vamos despertando a medida em que nos deparamos com a roupagem dada as entidades do folclore ali mostradas (aviso já que não são todas as entidades que aparecem, até porque são muitas) e seus papéis nessa trama urbana de miticismo e suspense.

Cidade Invisível é uma série que vale a pena ser vista e incentivada. A produção e o roteiro acertam nessa abordagem interessante  para enaltecer e valorizar a importância do folclore nacional, desmistificando, perante o grande público, que o folclore brasileiro é um amontoado de histórias e imagens infantis (quem aqui nunca coloriu um desenho fofinho de criaturas do nosso folclore na escola quando criança?) e trazendo um pouco da real história dessas entidades. O que é algo que eu, particularmente, ansiava muito para ver ser trabalhado desde que li sobre as verdadeiras histórias da mitologia brasileira.

 Em sua primeira tmeporada, a série fecha um arco em seu enredo mas com inúmeras pontas soltas, criando em nós uma expetativa para a continuação, com mais mistérios e mais entidades do nosso folclore. É uma série que abre novos caminhos para as produções nacionais , o que é um sopro no ânimo muito bem vindo.
Super recomendado!!


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