18/02/2020

VIVER DUAS VEZES - crítica



por Lita


Você é uma daquelas pessoas que vez ou outra acaba vendo um drama pra se desidratar um pouquinho?
Se sim, esse filme então é pra você!

Alerta de tema sensível: envelhecimento e Alzheimer.


Viver Duas Vezes conta a história do Sr. Emílio (Oscar Martinez), professor e mestre em matemática, orgulhoso e teimoso descobridor de um número primo e frequentador assíduo de um dos cafés da cidade onde mora, em Valência, na Espanha.
Já idoso, numa de suas consultas de rotina, é pego por um questionário aparentemente trivial, com perguntas bem simples. Nome, data, onde está e uma conta básica, e Emílio fica nervoso com a enfermeira, achando tudo isso muito desnecessário. É diagnosticado com Alzheimer e ao perguntar se há alguma forma de cura ou tratamento, é tomado pela notícia de que em pouco tempo, todas as suas memórias iriam embora, começando pelas mais recentes, passando por todo o seu lado de intelecto (seu conhecimento em matemática) e culminando em suas lembranças mais antigas.

Emílio tem uma filha (Inma Cuesta) que trabalhava com vendas, casada com um coach (Nacho López), e desse relacionamento, uma neta adolescente (Mafalda Carbonell), viciada em celular. Eles mantém um relacionamento não exatamente ótimo, com o choque de temperamento de todos os envolvidos. Eles têm um almoço em família em que a neta faz diversos comentários desagradáveis, e apesar da sugestão da filha em ter Emílio com a família durante um tempo, após uma briga, ambas as partes decidem que não seria a melhor opção.
Com o passar do tempo, Emílio começa a perceber que algo está errado. Tem esquecido das coisas, não lembra mais como voltar para casa, logo começa a esquecer como preencher seu esquema matemático favorito (o quadrado mágico, muito parecido com Sudoku), e vem então a triste realidade: a doença, que ainda não havia se tornado perceptível, agora começa a afetar seu dia a dia.

Sabendo de todo o processo do Alzheimer e o inevitável esquecimento de tudo e todos, Emílio então toma uma decisão: quer e vai encontrar o seu verdadeiro amor, Margarita. Ele conta que quando eram jovens, ele estudava demais e não tinha tempo para nada, e nunca sequer chegou a se declarar para ela.
Pede ajuda então á sua neta, que logo descobre que Margarita mora em Navarra, uma cidade há quatro horas de distância de Valência. Nisso, eles partem escondidos para uma viagem que ao longo do filme, vai tendo várias consequências na vida não somente de Emílio, como de sua família.

O final é delicado e sutil, não vou falar sobre XD.



para encontrar seu grande e verdadeiro amor. É bonito mas também um pouco triste, por nos fazer pensar em como envelhecer é algo difícil não somente para a pessoa que envelhece, mas para todos que convivem com a mesma.
Fala sobre família e seus dramas, envelhecimento, Alzheimer, traição, pendências do passado, e coloca levemente em pauta o questionamento sobre o que é o verdadeiro amor, através da história de Emílio e Margarita, ambos casados (Emílio já é viúvo durante o filme).

Merece ser visto, recomendo bastante. Aqui eu vi com a minha mãe, um daqueles momentos mãe e filha.
Viver Duas vezes é um filme espanhol dirigido por Maria Ripolli, lançado em 2019 e disponível pela Netflix. Tem cerca de 1h40 de duração.


~*~


Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário